domingo, 5 de setembro de 2010

Dia 8



Nunca percebi muito bem porque é que os romenos tiveram tanta necessidade de encontrar as suas raízes na latinidade dos romanos, que não se demoraram por cá mais do que 100 anos. Aliás, depois percebe-se que salvo esse oásis que é a língua romena no meio do leste, pouco mais há que os ligue verdadeiramente à cultura romana antiga. Depois são ortodoxozíssimos (embora celebrem o Natal no mesmo dia dos católicos, lá está outro oásis), a alimentação é toda ela mais (pobremente) influenciada pelos países vizinhos, foram comunistas mas, outra vez, os únicos comunistas que se abriram a ocidente...enfim, quanto mais escavo, mais contradições encontro.
Mas se calhar é isso que me deixa curiosa aqui. Intriga-me esta miscelânea de tonalidades que são os romenos (com origens dácias - ou lá o que isso é - russas, turcas, húngaras, autríacas, eslavas, ciganas); as diferenças abissais de um país que tem 4 ou 5 dentro dele (se pensarmos nas diferentes regiões, acho que cada uma faria muito bem um país diferente (a enorme Transilvânia, a Moldávia, Crișana e Banat, Maramureș, Dobrogea).
Depois há outra coisa mais ou menos difícil de descrever que é a confusão. Sim, acho que é isso, a confusão. Esta confusão encontra-se menos quanto mais para norte se caminha. Aliás a zona da Transilvânia só na 1ªGM foi considerada romena. Portanto, penso que a confusão que sinto é muito a falta de identidade que se encontra em Bucareste.
Digo confusão porque há mesmo uma confusão de influências, ora francesas, ora romanas, ora simplesmente bacocas que o Sr. Ceaușescu fez o favor de imprimir à cidade e aos seus arredores. Uma confusão de carros a cair de podres e carros topo de gama, um trânsito quase tailandês, ruas tão sujas como as chinesas, mulheres com cortes de cabelo típicos do leste e outras com roupas que eu não vejo em Nova Iorque...

Num dos livros que li os romenos queriam por força esbater as influências eslavas que tinham (porventura mais presentes no norte este do país) e o mais engraçado é que as casas mais bonitas do Museu Nacional de Satului (http://www.muzeul-satului.ro/) eram precisamente as que tinham esta influência.


 

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